8 de jun. de 2012

forgetting

       O tempo passa, o tick e tack não espera. Seus lábios se separam demonstrando uma pseudo felicidade, provocada pelo líquido amargo que dominava seus sentidos. Seus olhos foram lacrados por instantes, o suficiente para se pressionar, segurar e esquecer onde estava. Aquele líquido a fazia rir, perder o equilíbrio e a tornava mais sociável. Vozes sussurravam em seu ouvido palavras doces, músicas melosas, declarações e pedidos carinhosos. 
       Ela se torturava a cada gole, a cada respirar. Permanecer ali era suicídio. Ela permitiu que seus cílios se afastassem, seu olhar revelava de forma distante uma dor. Sua mão ergueu, sua cabeça se virou de forma nada delicada para trás e o líquido escorreu por sua garganta até a última gota. Pessoas sorriam a sua volta, argumentavam sobre o momento. Argumentos frágeis, mas ela sabe que é tudo passageiro.