23 de ago. de 2012

Caneta na mão

      Sinto que estou fragmentada, que nem me conheço mais. A noite me lembra você e isso faz a dor voltar. Todos os meus conceitos pularam pela janela. Meus cacos estão esparramos no chão, e ninguém vai junta-los. Vou forçar-me a te esquecer, a deixar de viver por você. A cada segundo que me pego relembrando tudo, me sinto mais esparramada. 
      Preciso gritar mas não consigo, preciso de um abraço mas me falta a coragem de pedi-lo. Preciso que saia da minha vida. Em um único dia, em um único momento me magoou como ninguém, e mesmo assim sonho com você toda noite. Difícil descrever como dói, como pareço viver falsamente. Sou uma estranha. Aquilo que eu mais amava em mim, você destruiu, tudo o que me tornava memorável não passou de uma brincadeira. 
      Como posso? Arrependo-me das circunstâncias, de tê-lo conhecido e mesmo assim não me arrependo de gostar de você. Agora é o momento de me congelar, de esquecer o fato de estar em um capítulo da minha história. É meu momento, preciso me amar.. e pela primeira vez não consigo. Esse seu feitiço, esse seu olhar, seu toque sinto-me presa. Eu preciso de tempo, e imploro para que ele exista para mim. 
      Gostaria de saber como é possível você ter todo esse poder sobre mim, como é possível me magoar assim. Sei que continua dormindo a noite tranquilamente, vivendo intensamente.. e mesmo assim não consigo te evitar. A sua vida segue normalmente e a minha se tornou um suplício. Basta-me uma caneta na mão, estou tentando fazer essa dor acabar.

18 de ago. de 2012

Questiono-me



Só porque a coragem de demonstrar o que eu senti demora a chegar, não quer dizer que você foi a ultima opção.


      Quem nunca teve uma dúvida que fez o coração pesar uma tonelada? Os lábios ficam secos, os pensamentos viram uma bagunça. Nada mais é certo, nada mais é concreto. Posso sorrir, permanecer imutável de forma serena por fora, mas dentro de mim os cacos estão tentando se juntar. Nada se encaixa, nada se completa enquanto aquele pequeno fragmento não aparecer. 

      Aquele pequenino pedaço de vidro, a menor lasca que se tem do vaso. É ele que faz com que essa bagunça seja fixa, essa duvida se mantenha presente. Todos os dias rostos falsamente amistosos, vozes forçadamente aveludadas com um olhar opaco e gestos frenéticos me procuram convencer do "óbvio". Mas se o "óbvio" para eles for um grande engano? Estou revivendo nosso passado, e relembrando todos os acontecimento e buscando respostas. Não sei se meu coração me força a acreditar em pseudo evidências ou se é a razão analisando os fatos. Temo que a realidade seja apenas uma ilusão, e enquanto isso o conflito instalado permanece. 


      Poderia jogar a culpa de toda essa história sem sentido em você e no seu 'eu' questionável. No seu 'eu' tão indeciso. Mas não posso, já que a culpa é minha. Eu joguei este vaso no chão e estou tentando remonta-lo sozinha. Embora quisesse gritar por sua ajuda, o receio é maior . Minha áurea está muito fraca, meus motivos estão sendo reprimidos enquanto busco respostas. Um dia minhas questões serão resolvidas e esse mistério se solucionará, mas isso somente quando amadurecer e começar a tomar decisões. 

      Enquanto isso esse jogo continua, onde ninguém demonstra nada ou onde ninguém sem importa com nada. Ganhar ou perder é uma questão de opinião.

6 de ago. de 2012

Completa felicidade

      O som ensurdecedor machucava meus ouvidos. Sorrisos estavam presentes em meus lábios, eles podiam ser momentâneos mas existiam. Então veio ele, um breve esbarrão e o destino te colocou na minha frente de novo. Minha expressão variava em segundos, primeiro o susto seguido por uma onda de alegria e então o medo vem com toda força. 


      Quando seus lábios desenhados se abriram e a sua voz inundou meus ouvidos me perdi. Eu sabia o que me esperava e mesmo assim não pude resistir. Gritos em meus pensamentos, pediam socorro, pediam para que fosse embora. Mais uma vez fugi da razão. Ele sussurrava em meus ouvidos, sua voz tão aveludada. Meu último lapso de consciência, e o seu toque me fez perder o rumo. Sua pele macia de encontro com a minha, aquele foi o momento. 

      O som, as pessoas, o mundo de repente desapareceu sobre meus pés. Sentia uma sintonia estranha, me entreguei. Um beijo suave, do qual eu tinha sede. Um abraço apertado do qual eu jamais mataria toda a saudade. Então entendi o significado da perfeição, era aquele momento. Sua pele de um tom tão doce, contrastava perfeitamente com a minha. Seu cabelo fino e escuro, seus olhos escuros como a noite, eu me senti completa por um instante. Te ter ali, em meus braços foi a minha completa felicidade.