29 de set. de 2011

One finally

Gostaria apenas de entender se tudo isso não passa de um jogo de palavras e se ele realmente esta acontecendo. Em cada frase em suas cartas procuro sinais de ambiguidade e quando os encontro temo ter sido criados por uma mente atordoada. Sem meias palavras, sem indiretas o que resta de sanidade em mim está se esvaindo. Então me diga, do que se trata todo esse jogo? Toda essa batalha estranha? Preciso saber, preciso me definir mas antes você deveria me ouvir.
Não sou perfeita e sou obrigada a fazer escolhas, pelo momento venho me deixando ser guiada pelo coração. Não devo ser aquela a qual você pede e nem desejo, pois não quero ser um presente se for pra ser que seja uma escolha. Tudo tem mudado tanto até mesmo meus preceitos. Sorrir tem se tornado obrigação mas nada causado diretamente por você e sim uma junção de cofatores que alteraram meu rumo. Vejo-me em um local que nunca imaginei, fazendo coisas que ainda me questionam por isso, porem nada de ignorante como antes. Tudo se tornou tão contraditório e minha maior vontade agora e fugir. Não estou fugindo de você ou de tudo o que representa, apenas estou fugindo de tudo o que ainda me prende aqui.
Em atos desesperados tenho procurado mil circunstancias que me levem para outro rumo. Queria por um momento entender porque minha mente ainda se perde em seu sorriso, em seus olhos e no seu simples toque o porque do palpitar imediato de um coração remendado quando escuta seu nome. Enquanto meu corpo me trair ao simples fato da sua presença, algo dentro de mim vai permanecer intacto. Eu sei que tudo e questão de tempo e eu o tenho se necessário. Sem ambiguidades e meio termos, vou gritando com palavras certas e estou pedindo o mesmo, se for referido a mim. Só estou tentando concluir tudo isso, e deixar de remoer algo que me machuque..

27 de set. de 2011

Insonia

A cada palavra digitada meu desespero por liberdade cresce. Verdades não podem ser escondidas daqueles que realmente olham nos seus olhos. Meu corpo não consegue se desligar, minha mente não me permite devaneios e a loucura vem me dominando. As horas passam, o cansaço aumenta, a solidão aumenta e com isso meu desespero. Gostaria de navegar em águas menos turbulentas mas sei que isso se tornou impossível.

Imagino como seria haver uma unica faísca entre esses dois pontos, mas entre nós só existe o vácuo se perpetuando. Digito essas palavras sem nexo afim de que as leia e entenda, estou lhe desejando boa sorte que vou em busca da minha. Meu corpo se remexe sobre o lençol branco o relógio me persegue, estou tentando me libertar disso e enfim dormir. Eu realmente estou pedindo ao tempo que ele se apresse em relação a você, e com ele essa angustia que não me permite fechar os olhos. Em algum momento eu sei, eu acredito que isso vai acabar.. ou eu simplesmente espero.

Respirar

Tem sido uma tortura viver, o simples ato de respirar me fere. A cada batida do meu coração, a cada pulsar de sangue pelas minhas veias eu consigo sentir a dor emanando de mim, e temo por não conseguir conte-la mais. A solidão tem feito isso comigo, a cada dia tem sido mais difícil viver.
 Sempre que abro os olhos imploro para acordar de verdade, e quando os fecho me pergunto se enfim serão lacrados pela falsa eternidade. Tremores me dominam em meio ao vazio mórbido em que vivo, a falsa sensação de obrigação e o que tem me feito lutar. Gostaria por um dia acordar e observar uma leve fenda em meus lábios, em frente naquela moldura que reflete um exterior falso.
 Enquanto vivo calada, com olhos opacos e em eterno silêncio posso ouvir sorrisos e gargalhadas abafadas as quais não consigo me ligar, pelo simples fato de não conseguir viver mais nada. Não imploro por companhia, pois compaixão seria o meu último fio de existência. Implorar seria me martirizar com verdadeiros cortes em meu corpo. Só gostaria de entender aonde me perdi, e o que eu perdi nesse longo percurso. Um percurso em que temo que seja mais um mártir que um presente, um percurso que não vivi nem um terço. Então rumo a minha vida e seus questionamentos que sei que não serão respondidos, pelo menos por agora.

14 de set. de 2011

Paginas reviradas

Eu conseguia observar os primeiros raios de sol cortarem o céu em filetes de um laranja quente. Meu sorriso era refletido sobre a água trêmula daquele lago misterioso. O cobertor que me aquecia enquanto meus lábios esbranquiçados e trêmulos liberavam uma doce fumaça, já não tinha mais a extrema necessidade de toda a madrugada. Meus olhos permaneciam opacos diante de tudo. Estava-me tornando cada vez mais só, com mais saudade e com mais medo do que sempre tive, medo não de me perder mas de nunca me encontrar.
Em certos momentos em que me permiti fechar os olhos e imaginar, observei pessoas em seus mínimos detalhes físicos e emocionais. Fui obrigada a me despedir de algumas, outras foram com certa relutância mas sem ressentimentos, mas algumas ainda ficaram e eu sorrio por isso. Ainda consigo ver olhos gentis me admirando com certa emoção e me faz bem pensar que eles ainda sentem a minha presença.
Olho em volta e ainda estou sozinha, pelo menos não estou confusa. Meus lábios começam a adquirir um leve tom rosado e meu coração martela batidas levemente mais fortes. Sinto falta daqueles quem me acompanhavam em quanto o céu escurecia. O frio estava passando ao ponto de retirar o cobertor, e sentir de forma menos intensa aquele frio que me rodeava.
O sol continua a nascer iluminando o céu com tons mais claros de um vermelho e amarelo difusos. Permito-me molhar meus pés descalços. A água gelada os faz adormecer em alguns minutos, um cheiro energizante me preenche. Um cheiro forte de incenso de alecrim me rodeia. Talvez seja minha mente me enganando ou talvez eu realmente esteja bem acompanhada, libertando permito-me preencher com todo aquele perfume. Fecho meus olhos novamente, inalo o doce cheiro com êxito. Preencha meu corpo e minha alma, quem sabe assim eu descubra se ainda há alguma.