29 de mai. de 2011

Sorrisos mortos


“Todos os dias eu me lembro de seu doce sorriso maroto. Memórias costumam a ser nebulosas e vagas, mesmo dele minhas lembranças são muito opacas. Alguns detalhes sempre inesquecíveis, como seu sorriso doce e maroto, seu olhar brilhante e até mesmo sua forma de me abraçar. Pego-me imaginando como seria se tudo voltasse, se o mundo girasse ao contrario ao menos uma vez se ele estivesse aqui.
Minha boca muda e meu corpo frio é notado por poucos e sempre ignorados. O único fio de expressão que ainda restou foram sorrisos mortos e lagrima secas, que eu insisto e tentar reviver. Eu não estou pedindo por perdão, jamais ousaria já que eu não me perdoei. Eu não estou implorando por uma segunda chance, eu apenas quero ser ouvida. Meu orgulho e medo precisam ser esquecidos por um breve momento, preciso gritar.”

O texto não ficara como ela queria, o “Del” parecia chamar por ela. O arrependimento viria das conseqüências futuras e não de seu orgulho ou medo. Ela não tinha mais sonhos, ela queria apenas a realidade. Infelizmente sua realidade é solitária e fria, sua realidade é essa.

28 de mai. de 2011

Simplesmente o nada


Encontro-me sentada em meio ao nada, aonde ninguém pode me escutar. Minha garganta está coçando, eu preciso gritar, eu preciso ser ouvida. Minha boca mal se abre e o som se contrai dentro de mim. Talvez seja meu orgulho ou meu medo. Um orgulho bobo de quem pensa unicamente em si, um medo repugnante que me faz viver nessa maldita inércia. Sem ninguém ao meu lado, o vento chicoteado minha face, o frio exposto por meus lábios trêmu-los, o tic-tac me chama atenção. O tempo passa, o ano passa e eu continuo no mesmo lugar, eu quero gritar, preciso que olhe pra mim, que me veja.
“Você não me enxergar? É você, você não se encontra descrito? É você, meu .... Está ocupado de mais pra mim? Porque não me da ao menos um sinal do que pensa? Olhe pra mim, me faça sorrir, me faça viver, caminhe ao meu lado. Hey por que você não me vê? Ao menos me responda, sorria ou me ignore, você sabe.” Minha mente gritava, meu corpo gritava porem minha boca jamais gritaria, e você jamais ouviria, você está longe de mais e ocupado de mais pra mim. Hoje eu sei que o porquê, você está ocupado de mais, estranhamente eu fico feliz por isso. Sorria e viva, eu vou continuar admirando o silêncio e sua plenitude, talvez algum dia eu consiga gritar.
Volto a olhar pro nada, quem sabe lá seja o meu lugar.

25 de mai. de 2011

The rock




Como você se sentiria se fosse uma pedra? Quando seu corpo treme, seus lábios secam, suas veias dilatam e seu coração salta, você o viu. Bom, isso não acontece com pedras, isso não acontece comigo. Apenas uma música, uma voz, um tom faz essa pedra levar solavancos rumo ao vácuo, mas nada acontece. Lágrimas não escorrem por motivos reais , sorrisos não se abrem em verdadeiro, olhos não brilham como antes.
Meu punho dói, a lamina se pinta de vermelho, meu corpo desfalece, minha mente gira. O sangue apenas ameaça se esvair causando uma sensação reconfortante, me fazendo sentir algo. O sorriso maroto, os olhos gentis e a voz alegre, nada disso faria a rocha se quebrar, mas faria ela estremecer. Como nada vai acontecer o que me resta e sorrir pro vácuo, o sorriso não me pertence e nunca mais será meu novamente. Melodias pesadas e rudes são as únicas que me permito ouvir, sonhos que forço terminarem, a razão que as vezes me provoca uma felicidades de 3 segundos.
O sol se esconde, a lua nasce, o sol ressurge e isso se acompanha por dias como a minha rotina. Por rotina estou aqui de novo e meu corpo no chão, um cigarro aceso ao lado e meu copo de whisky com gelo derretido envolvido por dedos frágeis, o sangue ainda teima em ficar em minhas veias, talvez por que rochas são resistentes, infelizmente.

8 de mai. de 2011

Vertigem

Meu corpo dolorido e fraco implora pelo seu descanso, minha mente que vaga em dias errôneos implora por um sono profundo. Sonhar já não me é mais permitido, desde que isso me fere com cortes fundos. Se sonhar já não é seguro, me pergunto como ainda posso viver. As palavras se tornaram vazias como tudo a minha volta. Aqueles que eu um dia os declarei amigos se foram, tão pouco deixaram vestígios. Com uma única mão eu lhe diria os motivos para obrigar meu coração a pulsar, e um par delas não seriam suficientes para obrigar o sangue e fugir de minhas veias. Um estranho alvoroço existe dentro de mim, e temo por uma decisão (in)consciente aonde alguém se machuque.Uma vertigem de pensamentos me inundam sem licença. Meu corpo e minha mente pedem um esquecimento ao menos parcial, meus olhos já não permanecem secos e minha boca treme não de frio mas de medo. Enquanto existir o fino e pequeno fio de esperança em algum lugar em mim, vou me manter aqui digitando por socorro.

1 de mai. de 2011

Eu só quero..




Seu sorriso maroto era a minha ultima lembrança daquela alma translúcida e gelatinosa. Você poderia o moldar como quisesse talvez por isso eu o amasse tanto ou talvez por isso não demos certo. Seu rosto angelical com um suave toque de homem, aos meus olhos era apenas um menino. Sua pele marfim contrastava com perfeição com seu cabelo negro, seu perfume tinha um aroma amadeirado e o seu abraço me aquecia como uma lareira acesa em pleno inverno. Por mais que tente descrever como era estar ao seu lado, em seus braços, em meio a beijos ou a um simples olhar a distancia é impossível. Minha percepção a tudo se tornou inútil, já nada sinto ou desejo, já nada almejo. Eu só quero dormir e voltar para o sonho com aquele do sorriso maroto.