30 de jul. de 2010

Coração de vidro



Ele tinha olhos castanhos, intensos, vivos, brilhantes como de uma criança, bom ele ainda aparentava ser uma. Depois de ela ter o abandonado ao relento ele ficou diferente, seus olhos estavam mortos e opacos, suas atitudes se tornaram controladas, seus sorrisos forçados eram usados estrategicamente para não aparentar a dor que existia em seu peito que pouco a pouco aumentava à medida que ele sucumbia. Como em uma história que alguém contava, ele queria arrancar o seu coração e coloca-lo em uma caixa na torre mais alta que pudera encontrar. O tempo passou o seu coração não pulsa mais, ele está morto como toda aquela história; enterrada sem provas, sem testemunhas e ele como juiz julgou tudo aquilo como um grande e terrível pesadelo e só. Um dia uma garota o acordou, ela tinha cabelos escuros, os olhos vermelhos e a maquiagem borrada, seu jeito de se vestir era como uma armadura espantando todos que chegassem perto, parecia um animal encurralado. Ele sabia que precisava protegê-la, ela tinha vida, ela aparentava ter um sorriso lindo e os olhos mais encantadores. Ela se recuperou e ainda vive ele ganhou um novo estilo de vida, sua voz mais grossa falava coisas que lia em poemas nos ouvidos das meninas que queria, sabia jogar bem o jogo da vida aprendera coisas importantes com os tombos, sua barba rala enganava a sua idade junto com seu jeito de falar da vida e vê-la, mas ganhou o que mais precisava: Um coração novo de vidro de “agradecimento” da menina que antes tinha dado a mão, o melhor é que se ele se decepcionasse de novo e se o coração quebrasse ninguém daria outro com tão perfeito encaixe, ele também não iria querer ele só aceitou outra chance pelos lindos olhos brilhantes daquela menina.




Elias Ancores de Oliveira

29 de jul. de 2010

The end.


As lagrimas que agora derramo por você ter me feito sonhar, serão as ultimas. A vida que você me fez imaginar tantas vezes, acabou antes começar. Suas decisões nos levaram e esse recomeço, um recomeço forçado aonde eu já começo mal. Fui jogada dentro de um buraco do qual não consigo sair, nem a mão dele estendida pra mim eu consigo segurar. Está frio de mais, a lua ilumina o poço no qual cai, a água reflete a sua imagem perfeita, ela esta amarelada e grande, tão bonita que me faz ficar sem ar.
Mas sou obrigada a admirá-la sozinha, a água fria que encontra com o meu corpo me faz tremer. Eu sinto a dor da ausência dos seus braços envoltos de mim, mas isso não muda a ardência das lagrimas de sangue que queimam minha face, e deixa marcas aonde secam. Por muito tempo me senti flutuado, agora eu sinto como se o fim estivesse perto. Meu corpo já não agüenta tudo isso a minha volta, meu corpo é o único que restou e esta morrendo, a minha alma se foi há muito tempo, junto com aquele liquido salgado e translúcido que desenhou meu rosto e vi secar em meus lábios.

28 de jul. de 2010

Nem sempre foi assim.



Ela acreditava em "felizes para sempre", ela acreditava em contos de fadas, ela acreditava em amor verdadeiro com apenas 13 anos, ela descobriu que as coisas não eram bem assim. Uma noite, não era pra acontecer desse jeito, ela esperava mentira de todos menos dele, ele nao era real era apenas uma mentira bem elaborada, ela vivia por ele, respirava por ele, ela amava ele, mas ele nunca existiu.
O tempo passou, ela nunca o esqueceu, ela já não era mais a filha meiga, seu cabelo loiro grande com franjinha tinha sido trocado por um repicado moderno com pontas pretas, o rosto angelical agora era tomado por uma maquiagem pesada que marcava bem os olhos. Seu jeito de vestir tambem mudou, faixas no cabelo foram trocadas por um boné aba reta, vestido delicado de bonca por uma bermuda justa com cinto de taxinhas, uma blusa colada e transparente. Mas existem coisas que nunca mudam, ela ainda o amava, mas o sentimento nao era o mesmo de antes, ela o prendeu dentro de uma caixa e a jogou debaixo da cama, talvez um dia ela lembre dessa caixa, ninguem mesmo faz questão de que ela seja aberta.

27 de jul. de 2010

Até que você poderia...


Eu não posso sorrir por completo, mas te digo que aquele sorriso torto que eu tanto adorava ver nele, eu consigo ver em mim, eu encontrei o meu enfim. Posso estar meramente arranhada, praticamente desmontada, mas eu ainda sigo em frente, mesmo que a gravidade tenha agido sobre mim e minha mão amoleceu sobre sua força, mesmo que agora eu olhe em seus olhos e veja a saudade que se reflete nos meus. Você me diz da mesma forma que eu te digo, nunca é tarde pra seguir em frente. Meu sorriso esta aqui, e ninguém nem nada vai rendê-lo.

Until you could.. smile
with me.

24 de jul. de 2010

Esse é o nosso fim.


As batidas aos poucos se acalmam dentro de mim, pelo meu rosto escorrem lagrimas de sangue, feridas reabertas, cortes novos. Eu sinto como se não tivesse mais controle sob mim mesma, meu corpo não responde, minha cabeça se tornou desorganizada, minha mente agora vaga em meio a devaneios, meu coração sofre sob uma pressão nunca sentida antes que parece não acabar. Eu sinto como se o alivio fosse apenas o fim, mas a luz da lua me ilumina e me ajuda há esvaziar um pouco tudo isso dentro de mim, o céu mesmo que ainda negro tem se tornado mais claro pra mim. Eu posso vê-los longe de mim, aonde não posso tocar, mas o único que estende a mão pra mim e aquele o qual eu não quero acompanhar alguém está de costas, eu estico a minha mão para alcançá-lo, para tocá-lo e puxar ele para perto de mim, mas está perdido de mais, a neblina entre nos é mais densa do que imaginava. Meu corpo queima como se estive mergulhado em um oceano congelado, mas por dentro eu sinto que queima como se estivesse jogada em uma fogueira. As chamas e o gelo de um único sentimento me consomem de forma intensa de mais, me dominam e eu não posso me livrar, eu estou gritando pra ele, por que ele não me escuta?

13 de jul. de 2010

Angustia ardente


Eu me sinto sufocada no meu próprio desespero, o ar que passa pelos meus pulmões já não o suficiente pro meu sangue que percorre meu corpo, meu coração mal bate sob o efeito dolorido que nele persiste. Eu me vejo diante de um reflexo que não mais reconheço, eu sinto a falta da sua presença ao meu lado, eu vivo com a labuta que a ausência do seu calor. Eu estou a ponto de me jogar do precipício a fim de colocar fim neste amargo dentro de mim, eu imploro socorro com meus olhos para aquele que na lua reluz a minha essencia, eu peso pra que ele me salve dessa agonia que impõe sobre meu eu. Tornei-me apenas alma vagante em melancolia, meu maior medo que faz com que rompa as barreiras da razão, é sua existência ser tão presente dentro de mim acabe se tornando eterna, eu me jogo de joelhos e peso a quem me escuta: tire-me dessa escuridão que me oponho a viver.


12 de jul. de 2010

Escolhas


Um menino como todos os outros, um menino que não se destaca na multidão cinza e monótona da cidade. Um adolescente com sonhos, ideais, vontades, brigas, e claro garotas em geral. “Não era belo, mas mesmo assim avia mil garotas afins”, mas ele não era como os outros neste ponto, ele era ideal e único, havia alguém de pele branca, alguém que não se destacasse pelo seu corpo, mas pelos seus olhos que combinavam com o tom do cabelo, castanhos. Ela não era presente como ele queria, ela só ouvia as besteiras dele, ela não estava em uma rodinha de amigos com ele nem tomava uma caneca de chocolate quente em uma tarde fria, mas isso era dispensável comparado com a necessidade que ele sentia dela. Os anos passaram o seu corpo foi marcado por cicatrizes que a vida lhe deu, mas o coração estava bem, dessa vez. Ele estava tranqüilo e ímpio, ele estava feliz apresar de nem todos os seus sonhos tenham se realizados, nem todas as suas vontades tenham sido feitas e nem todos os porres tenham sido tomados, ele estava como quem sempre sonhou e esperou tanto tempo Enfim ela estava ali a sua frente enrolada entre os lençóis brancos, ele poderia viver aquele momento pra sempre, a vendo dormir tranqüila quase com um sorriso no rosto. Bom ele poderia vigiar o sono dela todas as noites e ele o fará. Enquanto isso um pequeno feixe de luz que entrava no quarto pelas venezianas da janela e iluminava delicadamente a sua aliança fina de ouro branco, pronto agora ele tem uma grande e eterna estrada com flores, obstáculos e espinhos, mas pensar naquele momento nisso tudo era perda de tempo já que agora eles viviam a esperada lua-de-mel e bom, ele viu que esperar pela felicidade verdadeira foi a melhor escolha.

Elias Ancores de Oliveira

7 de jul. de 2010

Inertes







O jeito em que seus olhos brilhavam diante de uma inédita idéia, sobre a hipócrita sociedade em que vivemos sobre a falta de senso de todos em nossa volta, sobre a tolerância de nossos corpos a inércia da vida a nossa volta. Ele reage a todo esse movimento patético e a idéia contraria e a que ele tem fé, enquanto eu me mantenho imóvel e aceito certas imposições, eu convivo com um suplicio diário, eu sucumbo diante a hipocrisia que eu mesmo provoco. Ele tenta me salvar estendendo a mão pra mim, é difícil, mas não impossível salvar o que ainda resta de real e insano dentro de mim. É loucura, ele mesmo pode se perder nesse martírio, mas ao sentir a força de sua mão envolta da minha, vejo que é mais do que eu esperava dele, é mais do que acreditei encontrar, é mais real que tudo a minha volta. Obrigada por ser real pra mim.
Lin sim, nós daremos as mãos e andaremos nessa estrada dificil, cheia de buracos, JUNTOS.

1 de jul. de 2010

Indefinido.


Todas as minhas manhãs têm sido de certa forma iguais, eu tenho olhado pela mesma janela há meses e visto a mesma coisa, nada já que a neblina densa não me permite ver nada alem do verde borrado da grama. A minha vida tem sido tão angustiante como olhar por aquela janela toda manhã e ver o mesmo. Toda manhã quando eu saio porta a fora e, o vento frio atinge o meu rosto que chega a queimar, eu me lembro como as lagrimas queimaram meu rosto naquela noite em que ele se foi.
Tudo parecia tão normal, tão dolorosamente calmo, mas não era. Eu vivi da forma mais intensa que poderia, me esqueci que havia um limite e eu o ultrapassei sem vê-lo. Por tempo de mais insisti em algo irreal, em algo que o destino não havia reservado pra mim e não tinha porque insistir. Eu olho pro céu e ele esta tomado por um cinza escuro, que me traz um sentimento amargo no peito, me lembra a partida dele. A grama parcialmente coberta pela neve deveria me alegrar com sua calmaria, mas me torturava com sua persistência.
Minha mente lutava contra os meus sentimentos a fim de me levar a outro ponto, a um lugar aonde não escorreriam lagrimas sobre meu rosto e aonde esse sentimento não explodiria de mim toda vez que ouvisse a nossa musica. Foi pouco tempo, mas não importa a quantidade e sim a intensidade, e foi intenso de mais pra mim, mais intenso do que ele permitira ser pra ele. Existem coisas que não valem arriscar, e eu arrisquei uma a qual eu perdi totalmente sem chance de reconquista, eu a perdi por uma falsa recompensa, uma recompensa instável. Eu a perdi por ele. Vivem me pedindo pra viver o presente, e também para não me arrepender, ver com bons olhos o quanto durou. Mas a mágoa no meu peito e maior que as lembranças na minha mente. Nunca nos definimos como um, apenas nos autodominamos indefinidos.