24 de abr. de 2011

(In)consciência


Minha cama se tornou como meu refugio, meus sonhos criaram meu mundo paralelo, mas não sei se devo temê-los pela sua esperança prometida ou sorrir pelo momentâneo prazer. Abrir os olhos me leva ao desespero habitual, esse mundo já não me pertence. Todos aqueles em quem eu confiei, acreditei e me apoiei desapareceram aos poucos na nevoa densa. Sinto-me em um vagão vazio dentro de um trem perdido sem paradas, os passageiros em sua maioria desceram em pares quando alguns poucos ao menos disseram adeus. Um trem qualquer, desgovernado, sem tripulantes ou passageiros, um trem fantasma que habita uma única alma torturada.
As respostas foram mudas aos gritos de socorro, talvez eu apenas deva aceitar, o tempo passou e meu lugar já não é mais esse, talvez eu nem tenha um lugar propriamente dito ou o meu lugar seja em meus sonhos. Tantas falsas dúvidas.
Sonhos se tornaram reais e a realidade agora só não passa de um pesadelo a onde o destino certo é sempre a solidão. Um coração de vidro vazio, uma mente bagunçada e cheia, uma alma torturada por promessas quebradas, essa talvez seja ela, ela talvez seja eu, ou talvez ambas não sejam mais ninguém.

16 de abr. de 2011

Coração reprimido



“A vida perde a razão, o vazio e o oco se tornam tudo. Como se nada, nem ninguém existisse. A inércia do nada elabora meu próprio eu, sinto falta dos sorrisos, dos beijos, do seu doce aroma ao meu lado. Pergunto-me de que adianta este jurado ultimo copo a minha frente, simplesmente não vale. Um copo que vai se esvaziando e tudo permanece igual. As lembranças não me abandonam, o seu perfume, seu calor, seu gosto me acompanha. Em ninguém eu encontrei algo parecido. Foi preciso me procurar em todos os lugares pra ver que não existe um eu, você o estava formando.


De que vale a angustia, o desespero ou o arrependimento agora? Nada, você está tão longe. Erros por pura imaturidade, deslizes nunca serão apagados. Desejo-te nem muito nem pouco, te desejo agora, só queria um abraço. Os livros não me confortam ou abraçam, meu futuro já se cria sem sentido. De que vale tudo que sei, se apenas descobri que você elaborava a verdadeira razão. O nada, é dele que eu vivo agora, se tornou real pra mim, e assim vai ser.


Apenas peso perdão, erros cometidos, saudade sentida e sentimento imerso em um imenso mar congelado esquecido em algum lugar. Sinto sua falta, e não tenho direito e não quero te magoar, apenas viva, seja feliz, mesmo que pra isso eu precise..”


Na tela o rascunho parecia tão cheio de sentimento e opaco em esperanças, isso apenas era ela sendo ela mesma, se abrindo como antes, se permitindo viver novamente. Porem o click se dirigiu ao outro espaço "Apagar" e era tudo o que ela tinha a dizer a ele, tudo que ela sentia em relação a tudo "NADA" e assim ficou. Perdão pela imaturidade de uma menina que pensava seguir o caminho certo.


5 de abr. de 2011

Inevitável

As noites tem se tornado cada vez mais escuras e frias, minha mente vive em uma ilusão profunda. As palavras que fogem de mim, os meus pensamentos que voam em rumos opostos, tanta coisa e tão pouco tempo. Agora meus olhos brilham mais não de felicidade, mas da angustia guardada pelo erro enfim admitido. Fora preciso muito tempo para aceitar que foi perdido. Hoje meus braços sentem sua falta, minha boca tem se tornado seca e amarga. Os sonhos que antes eram poucos e esperançosos agora tão pouco existem, mas ainda sinto uma faisca dentro de mim. Como se nem tudo estivesse encerrado em minha mente, embora na realidade tudo se torne impossivel, o inevitavel e o almejado. Vivo cada dia em busca daqueles sorrisos e daquele calor, mas que pra sempre serão apenas na memoria, o seu perfume ainda se mantem impregnado na minha ilusão. A sombra que me toma se mantem ali, e não sei até quando, talvez seja pra sempre. Que se for pra sempre se torne opaco o que ainda faisca, viver em sonhos seria menos doloroso do que a solidão certa.