2 de out. de 2011

Voar

Ela estava sentada em um banco admirando o vai e vem das ondas e sua simplicidade, como tudo vive em certa harmonia. A água em sua plenitude azul e a linha mais perfeita do mundo; o horizonte. O vento roçava seu rosto levemente e secava sua lagrimas salgadas. Com um leve balançar de fios de um tom caramelo a garota pode sentir o aroma, o aroma de maresia que a fazia ficar tonta, mas que ela estava aprendendo a adorar.
As lagrimas que antes escorriam com relutância agora não podiam nem mesmo ser notadas, o vermelho dos olhos deu espaço a um branco neve com sutileza. Em uma resposta involuntária ela mordiscou os lábios rachados e os molhou, adquiriram um leve tom rosado porém as rachaduras eram evidentes. Seu nariz estava congelando pelo vento e isso lhe causava prazer. Podia se notar com certa insistência que ela se arrepiou por inteira. As pernas que antes eram abraçadas contra o corpo foram de encontro com a areia e por ali se afundaram. Em um sinal de esperança a garota abriu os braços levemente como se pulasse de um penhasco, fechou os olhos e sorriu.
Essa era a sua liberdade, ele a presenteou. Era essa sua carta de alforria para a vida. Com um tom individualista e nada arrogante ela vai sorrir e viver. Certas imprudências e loucuras resultantes em desastres provavelmente vão ocorrer, mas viver é exatamente isso. Ela decidiu ir o mais longe que a vida puder oferecer-lhe e ter ousadia de correr além dos limites. Ela vai voar.


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