Ele tinha olhos castanhos, intensos, vivos, brilhantes como de uma criança, bom ele ainda aparentava ser uma. Depois de ela ter o abandonado ao relento ele ficou diferente, seus olhos estavam mortos e opacos, suas atitudes se tornaram controladas, seus sorrisos forçados eram usados estrategicamente para não aparentar a dor que existia em seu peito que pouco a pouco aumentava à medida que ele sucumbia. Como em uma história que alguém contava, ele queria arrancar o seu coração e coloca-lo em uma caixa na torre mais alta que pudera encontrar. O tempo passou o seu coração não pulsa mais, ele está morto como toda aquela história; enterrada sem provas, sem testemunhas e ele como juiz julgou tudo aquilo como um grande e terrível pesadelo e só. Um dia uma garota o acordou, ela tinha cabelos escuros, os olhos vermelhos e a maquiagem borrada, seu jeito de se vestir era como uma armadura espantando todos que chegassem perto, parecia um animal encurralado. Ele sabia que precisava protegê-la, ela tinha vida, ela aparentava ter um sorriso lindo e os olhos mais encantadores. Ela se recuperou e ainda vive ele ganhou um novo estilo de vida, sua voz mais grossa falava coisas que lia em poemas nos ouvidos das meninas que queria, sabia jogar bem o jogo da vida aprendera coisas importantes com os tombos, sua barba rala enganava a sua idade junto com seu jeito de falar da vida e vê-la, mas ganhou o que mais precisava: Um coração novo de vidro de “agradecimento” da menina que antes tinha dado a mão, o melhor é que se ele se decepcionasse de novo e se o coração quebrasse ninguém daria outro com tão perfeito encaixe, ele também não iria querer ele só aceitou outra chance pelos lindos olhos brilhantes daquela menina.
Elias Ancores de Oliveira