1 de jul. de 2010

Indefinido.


Todas as minhas manhãs têm sido de certa forma iguais, eu tenho olhado pela mesma janela há meses e visto a mesma coisa, nada já que a neblina densa não me permite ver nada alem do verde borrado da grama. A minha vida tem sido tão angustiante como olhar por aquela janela toda manhã e ver o mesmo. Toda manhã quando eu saio porta a fora e, o vento frio atinge o meu rosto que chega a queimar, eu me lembro como as lagrimas queimaram meu rosto naquela noite em que ele se foi.
Tudo parecia tão normal, tão dolorosamente calmo, mas não era. Eu vivi da forma mais intensa que poderia, me esqueci que havia um limite e eu o ultrapassei sem vê-lo. Por tempo de mais insisti em algo irreal, em algo que o destino não havia reservado pra mim e não tinha porque insistir. Eu olho pro céu e ele esta tomado por um cinza escuro, que me traz um sentimento amargo no peito, me lembra a partida dele. A grama parcialmente coberta pela neve deveria me alegrar com sua calmaria, mas me torturava com sua persistência.
Minha mente lutava contra os meus sentimentos a fim de me levar a outro ponto, a um lugar aonde não escorreriam lagrimas sobre meu rosto e aonde esse sentimento não explodiria de mim toda vez que ouvisse a nossa musica. Foi pouco tempo, mas não importa a quantidade e sim a intensidade, e foi intenso de mais pra mim, mais intenso do que ele permitira ser pra ele. Existem coisas que não valem arriscar, e eu arrisquei uma a qual eu perdi totalmente sem chance de reconquista, eu a perdi por uma falsa recompensa, uma recompensa instável. Eu a perdi por ele. Vivem me pedindo pra viver o presente, e também para não me arrepender, ver com bons olhos o quanto durou. Mas a mágoa no meu peito e maior que as lembranças na minha mente. Nunca nos definimos como um, apenas nos autodominamos indefinidos.

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