22 de abr. de 2010

Um dia vai ser assim.


Eu o reconheci de longe, jamais me esquecerei daquela imagem, ele diante de mim. Um garoto alto o suficiente para ser um jogador de basquete, a pele clara como a minha, olhos de um castanho escuro quase preto, seu olhar se destacava pelos longos cílios e a sobrancelha perfeita, seu cabelo com um tom natural de dar inveja, um preto reluzente. Seus traços eram finos, eram traços europeus que apresentavam um rosto muito bonito, a boca de um rosado claro e bonito.
Ele esperava por alguém, seus olhos ansiavam a presença de alguém, procuravam os meus. Podia se notar que havia escolhido sua roupa com seriedade, um jeans escuro, um tênis marrom claro e uma camisa social de um rosa bebe um pouco aberta aonde aparecia o colar grosso de prata. Meus olhos o chamavam para um encontro, olhei para o lado a procura de um espelho, olhei em direção a uma porta de vidro e vi o reflexo de uma mulher que pensara bem na roupa certa, maquiagem intacta, puxando uma grande mala, mas mesmo assim seu rosto estampava certo cansaço, e certa tristeza incomum.
Pessoas passavam entre nós, eu caminhava em sua direção e seus olhos me encontraram. Olhares trocados, ambos abrimos um sorriso espontâneo, era como ver o sol brilhar depois de uma noite de tempestade. Finalmente nos encontramos, agora eu teria o meu ombro, o meu abraço, agora eu teria alguém em quem confiar. Depois de tanto, até que enfim, ele caminhou até mim assim que parei na metade do caminho, seus passos eram rápidos e urgentes.
Todos os olhares foram voltados pra nós dois. Ele me abraçou com muita força, foi um abraço quente e acolhedor, um abraço verdadeiro e que me aconchegou perfeitamente. Eu precisava daquilo, eu precisava de um abraço como aquele para me sentir bem e me acalmar, pra poder me dizer que ainda existem porquês nessa vida que vive nos colocando armadilhas. Depois de um longo abraço, ele corta o silencio.
-Obrigada por estar aqui!
Quem realmente tinha que agradecer era eu, mas me resumi a sorrir ainda não era o momento de conversarmos sobre o que eu havia passado. Seguimos juntos para a saída do aeroporto, abraçados, mas agora era ele quem levava a minha mala.

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