1 de jun. de 2011

Como um ...


Hoje eu sonho com o meu amanha, hoje eu o desejo. Em meu sonho eu acordo com seus delicados beijos, abro meus olhos e a intensa luz do dia me apresenta você, observamos as borboletas na parede, são tantas. Então vem a realidade, eu me levanto com um sopro violento o sol tenta me aquecer, assim como seus braços fizeram um dia, mas nada se compara. Seu sorriso maroto fazia com que meus lábios se abrissem levemente por reflexo, hoje eles mal apresentam uma mínima fenda que seja. Minha identidade é questionada, não por uma questão de realidade e sim de princípios.
A menina de cabelos castanhos, a garota com sorriso inocente e olhos brilhantes, sempre rodeada por todos, se foi. Em seu lugar nascera à garota de carlifolianas, de sorrisos mortos e brilho opaco, sozinha acompanhada por um livro na mão direita e uma mochila presa no ombro esquerdo, ela escolheu viver. Talvez tenha feito a escolha errada, talvez a certa, mas será que valeu apena? Sim ela sorriu novamente, ela se saíra bem no vestibular, mas como estava sua vida? Ela ainda tinha uma? Ela tinha algo, um futuro certo, mas o garoto de sorriso maroto com certeza não estará lá, disso ela tinha certeza.
Todos os dias quando ela se via em frente à mesma estrada correndo abaixo de seus pés, alguém gritava em seu ouvido “O esqueça, ele não vai voltar nunca.” A esperança ainda resta em partes dentro dela, embora a certeza exista em sua razão, seu coração insiste em não crer. Ela precisa ver, ela precisa presenciar o fim e quem sabe assim ela vai voltar a não crer em amanha. Um dia seu lema foi “Carpe diem” hoje ela luta para achar um, mas tem sido impossível. O dia pra ela já fora tão rodeado de cores como um pana-panã, hoje se tornara negro como o simples vácuo, onde a vida não se propaga.

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